Na terceira quadra da avenida El Sol, na região central de Cusco, Peru, o visitante topa com um tapete de grama bem tratada.
A grama estende-se por terraços até atingir paredes de pedras.
As paredes sustentam a parte de trás de uma imponente edificação, que tem traços barrocos e incas.
Debaixo da área verde protegida por uma cerca de metal estão as cinco salas que compõem o Museu Local Qorikancha.
Museu de Qorikancha
As peças expostas foram extraídas de escavações feitas entre 1992 e 1995, nessa área cujo nome significa Pátio de Ouro.
A visita ao Museu Local Qorikancha integra o Boleto Turístico de Cusco, que custa cerca de R$ 130.
O boleto dá direito a curtir outras 15 atrações na cidade e nas imediações, onde estão ruínas do chamado Vale Sagrado.
Apesar de pequeno, o museu e seu acervo cumprem a proposta de apresentar a evolução cronológica da civilização naquela região.
A saída do museu coloca o visitante dentro do tapete de grama.
Jardim Sagrado
Apesar de convidativo, não é permitido passear por ali.
Não há avisos explícitos, mas se alguém arriscar, logo aparece um indivíduo uniformizado pedindo para sair.
Afinal, trata-se do Jardim Sagrado que já adornou o mais importante templo de todo o império inca, o Templo de Qorikancha .
Por mais que o museu seja instrutivo, é tímido diante da edificação que limita o gramado, a Igreja de Santo Domingo, que hoje se mistura ao que restou do templo.
Para visitar o local e ter a chance de entender um pouco mais sobre a antiga e fascinante história inca, é necessário desembolsar o equivalente a R$ 10.
A atração não faz parte do Boleto Turístico de Cusco.
História do Templo de Qorikancha
O dinheiro arrecadado com os turistas vai para o Vaticano, que explora a visitação e controla a área desde a chegada de Francisco Pizarro.
Foi ele que liderou a invasão espanhola e saqueou réplicas em ouro maciço e de tamanho natural de animais silvestres que adornavam o Jardim Sagrado.
Talvez em uma tentativa de apagar a cultura inca da história, ou tentando apagar o que fizeram ao incas, os conquistadores espanhóis cobriram as paredes do templo com o típico toque barroco europeu.
O local foi rebatizado, ganhando o nome de Igreja de Santo Domingo.
A arquitetura espanhola escondeu o templo por séculos.
Mas em 1950, um dos mais fortes terremotos da história moderna de Cusco fez ruir as paredes barrocas.
O incidente mostrou ao mundo o templo de Qorikancha.
E, de quebra, a engenharia civil de ponta do antigo e dourado império inca, capaz de resistir não só aos séculos, mas também aos seus mais truculentos percalços.
A visita à Qorikancha é bem aproveitada quando acompanhada de um guia turístico.
Só assim é possível entender cada um dos espaços que faziam daquele templo o mais importante do império inca.
Além disso, o guia ajuda a conhecer um pouco mais sobre a história do local. Caso contrário, a visita só vai aumentar sua curiosidade.