Capitólio: Mar de Minas

Capitólio, cidadezinha mineira que faz parte do roteiro turístico das nascentes do rio Grande, é um daqueles lugares que proporciona ao visitante enxergar a resposta da natureza a qualquer intervenção humana na busca por progresso, por maior que seja.

Distante cerca de 400 quilômetros de São José do Rio Preto-SP, Capitólio tem seus primeiros registros históricos datados em 1800. Fica dentro do Parque Nacional da Serra da Canastra e desde o fim da década de 1950 é margeada pelo lago de Furnas.

Furnas foi criada com o objetivo de construir e operar no rio Grande a primeira usina hidrelétrica de grande porte do Brasil e, assim, sanar a crise energética que ameaçava o desenvolvimento dos Estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.

A construção começou em 1958. A operação teve início em 1963. A obra resolveu o colapso elétrico por um bom tempo. Inundou uma área de 1.440 quilômetros quadrados. Transformou-a no maior reservatório do Brasil. São 3.500 quilômetros de perímetro, banhando 34 municípios mineiros.

A viagem

É um mar de água doce. É o mar de Minas, como avisa uma placa de outdoor pouco antes de avançarmos os limites da reserva ecológica a bordo da Range Rover Evoque (clique no link para ler mais sobre o carro), cedida pela Eurobike, especialmente para esta aventura do Hi-Mundim em solo mineiro.

A viagem é chata até superar o Noroeste e Nordeste do estado de São Paulo e seus oceanos de cana-de-açúcar. Passada a fronteira com Minas Gerais, o visual começa a mudar e, de maneira gradativa, vai se tornando cada vez mais agradável, como se preparasse o visitante a cada metro percorrido da sinuosa estrada a deparar com o que de melhor a natureza pode oferecer em meio a tanta intervenção do homem.

Dezenas de quilômetros antes de Capitólio aparecer escrito na primeira placa de trânsito, o lago de Furnas surge posando de cartão postal. A vontade de tirar foto só não é maior que o risco que tal ato oferece. A estrada é sinuosa e sem acostamento. Registros, só mesmo feitos pelos passageiros e com o carro em movimento.

A cidade

Capitólio oferece boa estrutura turística. São várias pousadas com preços para todos os bolsos. Hi-Mundim ficou hospedado na Pousada e Restaurante Escarpas do Lago (clique no link para ler mais sobre o lugar).

A cidade é bem pequena e se você gosta de baladas noturnas, vai se decepcionar. A não ser que escolha um fim de semana de festas, que acontecem esporadicamente durante o ano, principalmente no verão.

Agora se você quer contemplar a natureza e comer o que ela tem de oferecer, Capitólio é um ótimo lugar. Os restaurantes servem pratos generosos, com bons preços e o típico sabor que só o tempero mineiro é capaz de proporcionar ao paladar.

Em Capitólio, como não poderia deixar de ser, os pratos típicos levam peixe, em especial a tilápia e a traíra (clique no link para ler mais sobre a gastronomia local), mas também tem pratos que levam carne de boi e de frango, para aqueles que dispensam aventura na hora de comer.

Atrações

Entre as diversas obras de arte da natureza que Capitólio oferece, destaque para as escarpas que formam espécies de cânions às margens do lago de Furnas. É a principal atração, a cereja do bolo, e só é possível visitar alugando uma embarcação. Hi-Mundim fez o tour a bordo de uma das lanchas do Carioca (clique aqui para ler mais sobre o passeio), figura conhecida pelos turistas por deixar o rolé ainda mais agradável.

Durante o passeio embarcado, além de contemplar as escarpas, é possível nadar em algumas cachoeiras que deságuam no lago. Algumas das quedas d’água de Capitólio só são possíveis ser acessadas por trilhas, quase todas fáceis de serem percorridas. Hi-Mundim esteve na cachoeira do Lobo, batizada, como o nome sugere, por ser ponto frequente de lobos-guarás.

Para chegar á cachoeira do Lobo, é necessário andar cerca de 10 quilômetros por uma estrada de terra até alcançar a pousada que abriga a atração. Para visitar o ponto turístico é necessário desembolsar R$ 10, valor cobrado para manutenção do local. A trilha tem 350 metros e apesar de parecer pouco, não é das mais fáceis de serem superadas. Idosos e pessoas com alguma limitação física são desaconselhados a fazer. O caminho é de pedras, muitas delas escorregadias.

Ficamos três dias em Capitólio e, apesar de intensos, foi pouco para conhecer tudo que a natureza e o hospitaleiro povo da região têm a oferecer.