Dicas para viajar (bem) com crianças e bebês

Viagem de carro com crianças (Foto: Facility/Reprodução)
Viagem de carro com crianças (Foto: Facility/Reprodução)

Durante as férias ou feriados, as viagens com as crianças e bebês costumam causar apreensão nos pais. Mas isso não precisa acontecer! Reunimos aqui algumas dicas bem bacanas pra você que pretende viajar com os pequenos, se divertir e compartilhar experiências.

Confira as dicas para viajar de carro com as crianças:

  • Antes de ir, faça uma busca e procure os pontos turísticos e informações de como chegar. Isso faz muita diferença, você pode envolver seu filho no planejamento e tornar o passeio ainda mais agradável;
  • Ainda dentro do planejamento, faça um checklist. Com calma, anote tudo o que é essencial no dia-a-dia do seu filho. Pense em um dia inteiro dele e repasse toda a rotina mentalmente para não esquecer nada. E aqui, algo muito importante: se o pequeno tiver um bichinho ou naninha inseparável na hora de dormir, ele vira item número 1 na lista;
  • Conforto e espaço são fundamentais. Se tiver a opção de alugar um carro, escolha minivans, no lugar dos econômicos compactos. São melhores para levar bagagens e outros acessórios que não cabem só no porta-malas. Os adicionais também devem ser levados em consideração. O GPS é indispensável mesmo em destinos que o motorista já esteja familiarizado e para evitar ouvir incontáveis “tá chegando?”. 
  • Quem tem tempo de sobra para viagem pode considerar um roteiro de carro passando por vários destinos. No caso, pesquise com antecedência: condições de estrada, sinalização, se obras estarão em andamento durante o período, e claro, as atrações imperdíveis para a criançada em cada local. 
  • O tempo no carro pode ser longo, mas nem por isso precisa ser tedioso. Mesmo se não puder montar roteiros com vários destinos, com um pouco de pesquisa é possível comparar caminhos e escolher a rota com paisagens mais bonitas, ou que talvez tenha pontos legais para ver um nascer/ pôr-do-sol bacana, um restaurante temático etc.
  • Pressa não combina com viagens de carro. Inclua sempre um tempo para banheiro, alimentação e, dependendo da duração da viagem, considere um pernoite no meio do caminho para evitar cansaço, principalmente se só uma pessoa dirige. Só não deixe de reservar ou pelo menos pesquisar opções de estada com antecedência.
  • O tempo dentro do carro também pode ser divertido e ir muito além de rádios ou playlists. Levar alguns brinquedos é regra básica, mas propor jogos de viagem também podem ser boas opções e proporcionam interação entre todos os integrantes da família.
  • A documentação deve ser vista com antecedência, para dar tempo de correr com alguma burocracia, caso necessário. Em viagens nacionais, leve Certidão de Nascimento ou Carteira de Identidade e Carteira de Vacinação. Para viagens internacionais, independente da idade, precisa de passaporte, alguns locais exigem visto, carteira de vacinação internacional, seguro viagem;
  • Ao escolher a hospedagem, procure informações detalhadas, descubra se há microondas para esquentar a mamadeira à noite, se necessário, ou se a Copa Kids fica acessível 24 horas, se o hotel ou pousada disponibiliza berço, banheira e até cadeirão para a área de refeições.
  • Antes de arrumar a mala, pesquise como será o tempo naquele período, se costuma chover ou esfriar muito na região. Consulte a previsão do tempo alguns dias antes, e leve uma troca de roupa da temperatura oposta (ex: se estiver frio, leve uma de calor): vá preparada para enfrentar o clima! E não esqueça dos acessórios, como touca ou boné, repelente e protetor solar!;
  • Prepare a criança: explique como é o trajeto, quais meios de transporte vão usar, tempo que demora e como são (no carro dá para ver as paisagens, no avião dá para ver o céu e muitas nuvens, etc), locais que irão visitar, curiosidades, entre outras informações que podem ser interessantes para eles, de acordo com a idade;
  • Criança precisa ser criança! Por isso, intercale programas de adultos com tempo e espaço para eles brincarem – isso facilita muito todo o período que os adultos precisam que os pequenos fiquem no carrinho, porque eles já sabem que também terão tempo para curtir depois, e também ajuda a entender a ideia de que cada um tem a sua vez em tudo, até mesmo nos passeios;
  • Pergunte ao pediatra e leve os medicamentos receitados por ele na bagagem. Dependendo de onde você for, não é muito fácil comprar medicamentos e vale a pena ter pelo menos os remédios de rotina para ajudar se surgir alguma febre ou dor. Monte um pequeno kit de emergência, com analgésicos, antitérmico, termômetro e band-aids;
  • Faça uma listinha com contatos de emergência para levar, com os telefones dos parentes mais próximos, pediatra e hospital próximo do hotel. Deixe uma listinha também com alguém de confiança e que não vai viajar com a família, por segurança, incluindo o telefone e endereço de onde vão ficar;
  • Sempre que chegar em um novo local, mostre ao seu filho onde ele irá dormir e reconheça o local com ele, isso dá segurança aos pequenos;
  • Tenha na bolsa coisas que entretêm seu filho, como lápis de cor, massa de modelar, livrinhos, coisas fáceis de carregar e que poderão ser usadas no carro ou no avião e restaurantes quando necessário;
  • Leve um carrinho! As caminhadas serão longas e cansativas, nesses períodos as crianças podem descansar e observar a paisagem, ou até tirar uma soneca para recarregar as energias;
  • Se tiver costume de usar, leve um canguru ou sling também. A peça facilita a vida (não deixa a criança chorando por não querer andar) e ainda nos deixa com as mãos livres;
  • Sempre que for sair, leve comidinhas leves, como uva passa, goji berry, banana, biscoito de polvilho… São itens fáceis de carregar e dá para oferecer para a criança em qualquer lugar. Afinal, você nunca sabe se quando seu filho sentir fome terá alguma coisa rápida e disponível em volta;
  • Leve câmera ou tenha espaço suficiente no seu celular para muitas fotos! Se possível, contrate uma sessão de fotos em família!

Viagem de carro

Viagem com crianças (Foto: Pexels)
Viagem com crianças (Foto: Pexels)

A primeira coisa que o motorista tem que atentar, seja um pai ou mãe, é a atenção na estrada. Embora isso seja recomendando sempre, quando há uma criança no carro ela deve ser redobrada. Até porque, uma colisão lateral contra o seu carro, pode até não oferecer um grande risco de vida para o motorista, porém uma criança nos bancos de trás estará vulnerável. 

  • É importante pensar no que a criança está fazendo no banco de trás. Isso porque, se ela estiver fazendo muito barulho ou bagunça, pode distrair o motorista e tirar sua atenção da pista por vários segundos. Tente manter a criança entretida e caso precise falar com ela, faça isso sem tirar os olhos da via. Assim se garante a segurança de todos.
  • E para os pais que gostam de deixar os filhos brincando enquanto dirigem, tome cuidado com o brinquedo. Os pequenos podem fazer com que a criança se engasgue, assim como brinquedos maiores que se desmontam ou soltam partes. Na tentativa de entreter seu filho, você pode acabar criando um problema a mais enquanto dirige.
  • Quem não transporta crianças de acordo com a lei de trânsito recebe uma infração gravíssima, que acarreta 7 pontos na carteira, multa de R$ 293,47 e retenção do veículo até a irregularidade ser corrigida. Por isso, crianças menores de 10 anos, apenas no banco de trás, e até 7 anos e meio, só com equipamento exigido.
  • É necessário se manter atento em relação à cadeirinha que deve ser utilizada para a sua criança. De acordo com as normas do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) o uso do equipamento é determinado pela idade da criança. E se assegure que o equipamento possui o selo de qualidade do Inmetro.
  • As crianças com até 1 ano de idade devem sentar no equipamento bebê conforto, também conhecido como conversível. A criança deve estar devidamente colocada no dispositivo, firme e estável, de forma que não fique balançando ou oscilando dentro do equipamento. O equipamento deve estar preso ao banco traseiro de forma que não possa se mover e de costas para os bancos frontais. Assim, o bebê conforto garante maior estabilidade para a criança dentro dele e que não será afetado por movimentos bruscos ou freadas.
  • As crianças entre 1 e 4 anos de idade devem sentar no equipamento conhecido como cadeirinha. Assim como no bebê conforto, a criança deve estar firme e estável dentro do equipamento. A criança deve ficar de frente para os bancos frontais e imóvel na cadeirinha.
  • As crianças com idade superior a 4 anos e inferior ou igual a 7 anos e meio devem sentar no equipamento conhecido como assento de elevação. O assento serve para colocar a criança na altura ideal para que os cintos do banco traseiros se encaixem no tronco dela. Assim, ela já fica firmada no banco apenas com o uso dos cintos. A criança fica sentada de frente para os bancos frontais.
  • Para as crianças entre 7 anos e meio e 10 anos, já não é necessário mais nenhum dispositivo específico, porém, elas ainda não podem sentar no banco da frente. Ela deve sentar no banco traseiro, fazendo uso do cinto de segurança. A partir dos 10 anos, ela pode sentar nos bancos frontais. Um cuidado, no entanto. O pai deve levar em conta a altura da criança, já que uma criança muito baixa no banco do carona pode ser ferida pelo airbag em caso de ativação dele.

Dicas para viagem de avião

Viagem com crianças (Foto: Pexels)
Viagem com crianças (Foto: Pexels)
  • Prefira a compra de bilhetes com horário noturnos, pois o turno da noite irá fazer com que a criança se sinta sonolenta e procure dormir a maior parte do tempo, evitando agitação e ansiedade, tanto para a própria família, como para os outros passageiros.
  • Além disso, a escolha de assentos estratégicos também pode ajudar para um trajeto harmonioso para todos. Opte por poltronas no corredor, evitando ficar preso por outros passageiros e tendo mais liberdade para se levantar para realizar outras atividades, caso o pequeno precise.
  • Bagagem de mão: Este item é essencial para viajar com crianças. Procure levar um pacote de fraldas reserva para trocar o seu filho, caso seja necessário. Por questões de higiene, leve forros descartáveis para a hora da troca.
  • Brinquedos e aparelhos tecnológicos devem estar dentro da bagagem de mala, pois eles ajudarão a manter a criança entretida com outras atividades dentro do avião. Uma dica: não forneça todas as opções de cara para as crianças. Mostre a diversidade aos poucos, evitando que a criança fique entediada.
  • Outro item indispensável na bagagem de mão são os remédios. Nunca se sabe quando o pequeno ficará doente ou, então, os próprios pais. Procure levar remédios como antieméticos para náuseas e vômitos, fluidificantes para resfriados e tosses, inalador e soro fisiológico, antitérmicos para febre, analgésicos e antialérgicos. Lembrando que qualquer medicamento deve ser orientado por um especialista.
  • Dores de ouvido no avião: nos momentos de grandes mudanças de altitude, é comum que as crianças sintam dores no ouvido. Para aliviar esta sensação, dar mamar e chupeta provocam o movimento de sucção necessário para minimizar tal desconforto. Para os maiores, engolir, abrir e fechar a boca, bocejar ou mesmo mascar chicletes pode resolver o problema. Em caso de irritações maiores das crianças, procure acalmá-las para evitar estresse durante o voo.
  • Roupas: uma boa mala deve ser composta por um terço de roupas para a parte de baixo do corpo e dois terços para a parte de cima. Dê preferência por peças que combinem entre si e que não amassem muito. Além disso, o cálculo para a quantidade de peças de roupa íntima é de no mínimo duas por dia, tanto para adultos quanto para crianças.
  • Algumas pessoas gostam de já deixar um look para cada dia da viagem separado em um saquinho transparente de fechamento hermético, para evitar perder tempo e ter de revirar a mala escolhendo as roupas. Algumas opções de roupas também devem conter na bagagem de mão para que os pais e nem os pequenos sejam pegos de surpresa, caso ocorra algum acidente com papinhas e entre outros.
  • Alimentação: por mais que a maioria dos voos ofereça refeições, procure levar opções de lanches para saciar a fome das crianças. Frutas, iogurtes, castanhas e barras de cereais ajudam a matar aquela fominha ou até mesmo a ansiedade quando estiverem dentro do avião. Sanduíches leves também podem ser levados durante a viagem. Opte por pelo menos uma opção de proteína na composição. Para os menores que ainda não ingerem alimentos sólidos, as papinhas industrializadas (menos de 100 ml) podem ser aquecidas a bordo. Os comissários também podem ajudar com água quente para misturar com leite em pó para fazer mamadeiras.

Jogos durante a viagem:

O jogo dos fatos divertidos – O objetivo é conhecer melhor os membros. Para começar, cada um escreve um fato incomum sobre si em um pequeno pedaço de papel, e coloca em um saquinho (antes da viagem, para o motorista participar também). O líder então retira um papel do saquinho e lê em voz alta para os participantes. Os participantes revezam-se para adivinhar a quem pertence o ‘fato divertido’, e aquele com os palpites mais certeiros será o vencedor!

O jogo das celebridades – Os participantes escrevem antes de sair de casa o nome de cinco celebridades em pedaços de papel, que são colocados em um saquinho. Uma pessoa é escolhida para retirar os papéis, dar pistas e ficar responsável pela pontuação. Cada um terá um minuto para adivinhar o nome da celebridade antes que o tempo acabe. Faça pelo menos três rodadas do jogo e dê um ponto a cada nome que adivinharem corretamente. Vence o participante com o maior número de pontos.

Stop/Adedanha – O clássico jogo pode ser facilmente adaptado sem papel para viagens de carro. Basta escolher previamente uma categoria e uma letra. A ordem dos participantes pode ser definida pelo sentido horário ou anti-horário, por exemplo, e a cada rodada uma pessoa diferente inicia o jogo.

Fonte: Agência Viajar com Crianças, Alamo Rent a Car, Priscilla Kalil, autora do Blog Materhood, Facility  

Novas regras para viajar com as crianças

O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) alterou em 2019algumas regras, por meio da Resolução 295, para crianças e adolescentes viajarem desacompanhados:

1 – Primeiramente indispensável que a criança ou adolescente esteja portando um documento pessoal oficial.

Pode ser:

I – carteira de identidade (RG desde que emitido há menos de 10 anos);

II – certidão de nascimento (traslado original ou cópia autenticada);

III – carteira de trabalho (para os maiores de 14 anos);

IV – Passaporte

Não são documentos oficiais: carteirinha da escola, carteirinha de estudante, caderneta de vacinação, carteirinha de clube, etc.

2 – Para viagens domésticas (dentro do território nacional) é dispensada a autorização judicial, nas seguintes hipóteses:

I – acompanhados dos pais ou responsáveis;

II – quando tratar-se de deslocamento para comarca contígua (imediatamente vizinha) à residência dentro da mesma unidade federativa ou incluída na mesma região metropolitana;

III – acompanhados de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, comprovando documentalmente o parentesco, ou de pessoa maior, expressamente autorizada por mãe, pai ou responsável, por meio de escritura pública ou de documento particular com firma reconhecida; (dispensa a exigência de apresentação de autorização com firma reconhecida para viagem de menor, se os pais estiverem presentes no embarque, sem qualquer limitação quanto ao destino da viagem)

IV – desacompanhados, desde que expressamente autorizados por qualquer de seus genitores ou responsável legal, por meio de escritura pública ou de documento particular com firma reconhecida; e

V – quando houver apresentação de passaporte válido em que conste expressa autorização para que viagem desacompanhados ao exterior.

3 – Para viagens ao exterior:

Criança ou adolescente acompanhado de ambos os pais (pai e mãe), não precisam de nenhuma autorização. Se um dos pais for falecido, também não haverá a necessidade de autorização, por escrito ou judicial, desde que o pai ou mãe esteja portando a certidão de óbito (expedida por cartório de registro civil);
Quando a criança ou adolescente estiver acompanhada de ambos os genitores não precisam de nenhuma autorização, contudo, se viajarem com apenas um dos genitores será indispensável uma autorização escrita do outro genitor, com firma reconhecida. 

Criança ou adolescente desacompanhado dos pais, ou acompanhado de terceiros, deve portar autorização por escrito e assinada com firma reconhecida por autenticidade por ambos os pais.