Cobrança de bagagens em voos começa em março

Empresas aéreas irão definir o preço a ser cobrado pelas bagagens despachadas (Foto: Flickr)

A Agência Nacional de Aviação Civil, a Anac, aprovou uma série de mudanças esta semana. E uma delas diz respeito ao despacho de bagagens em voos. A partir de março de 2017, as companhias aéreas poderão cobrar pelo despacho de bagagem. A nova regra passa a valer para as passagens vendidas a partir de 14 de março, para voos nacionais e internacionais.

Com isso, as empresas estarão livres para determinar o peso de cada mala que os passageiros poderão despachar, o preço a ser cobrado pelo despacho ou até se não terão direito a nenhuma bagagem. Atualmente, a franquia de bagagens é de um volume de 23 quilos nos voos domésticos e de dois volumes de 32 quilos nos internacionais.

Outra mudança é com relação à bagagem de mão, que passa a ter um limite máximo de 10 kg. Hoje, o peso máximo é de 5 kg. Para os diretores da Anac, as novas medidas colocam o Brasil em um patamar internacional, dão clareza ao consumidor sobre os serviços que estão sendo cobrados e tranquilidade ao mercado do setor aéreo.

Empresas irão determinar o preço

Com a mudança, cada empresa aérea irá decidir se o despacho da bagagem será cobrado. Além disso, terão liberdade para definir o preço das bagagens despachadas ou mesmo para vender passagens que já incluam o serviço. O governo afirmou que não irá regular os valores praticados.
As empresas devem, por outro lado, informar ao passageiro se o serviço está incluso no preço da passagem ou se é vendido separadamente.

E os preços das passagens, vão cair?

De acordo com a Anac, as novas normas aprovadas nesta terça-feira, 13, devem reduzir o valor das passagens aéreas. No entanto, a Agência revela que não há garantias de que isso ocorra de fato. Para a Anac, a queda nos preços dos bilhetes depende da situação econômica do país, os custos do petróleo e a cotação do dólar.

Dados da Agência mostram que as novas regras são mais justas com os passageiros que estão acostumados a viajar somente com a bagagem de mão. Em 2015 foram 41 milhões de passageiros nessa situação, o que representa 35% do total.

Rogério Coimbra, secretário de política regulatória do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, revela que somente outros quatro países no mundo obrigam as companhias a oferecer despacho de bagagem sem cobrança: Rússia, Venezuela, México e China.

Serviços extras rendem boa grana às aéreas

A Idea Works, agência que analisa a indústria de aviação, fez um relatório que mostra que os serviços pagos – bagagens, refeições e lanches a bordo, reservas e upgrades – renderam às companhias aéreas no mundo todo cerca de US$ 26 bilhões (em torno de R$ 84,4 bilhões) em 2015. Esses extras são todos os serviços que não estão incluídos no preço da passagem.

Veja o ranking de empresas que mais faturaram com extras em 2015:

1. United Airlines – US$ 6,199 bilhões
2. American Airlines – US$ 4,718 bilhões
3. Delta Airlines – US$ 3,775 bilhões
4. Air France/KLM – US$ 2,166 bilhões
5. Southwest – US$ 2,119 bilhões
6. Ryanair – US$ 1,739 bilhão
7. Lufthansa Group – US$ 1,494 bilhão
8. EasyJet – US$ 1,466 bilhão
9. Qantas Airway- US$ 1,167 bilhão
10. Alaska Air – US$ 1,092 bilhão