O testamento da Kombi

Chegou a hora. Dezembro é o mês de despedida da Volkswagen Kombi. E para marcar a data, a fabricante elaborou um anúncio no qual o modelo “agradece” o carinho de quem fez parte de sua história e das pessoas que a escolheram como parte de suas vidas. O anúncio exibe uma lista com os “últimos desejos” da Kombi: oferecer uma lembrança às pessoas que, de diversas formas, viveram ou ainda vivem experiências inesquecíveis com o modelo. (Você pode ler as histórias no site)

O anúncio faz parte da campanha produzida pela Volkswagen para homenagear o modelo fabricado no Brasil desde a década de 50. A última Kombi do mundo sairá da linha de montagem da Volkswagen do Brasil, em São Bernardo do Campo, no final de dezembro. 

“A Kombi fez diferença na vida de muita gente e vai deixar saudade. Por este motivo, não poderíamos deixar de fazer uma campanha inédita de ‘deslançamento’ para homenagear esse ícone da indústria automobilística mundial. A ideia da ação é aproximar, em tom emocional, as pessoas que viveram e conviveram com o modelo. Por meio do hotsite, por exemplo, buscamos reunir boas experiências que os fãs têm com a Kombi”, destaca Carlos Leite, gerente de Produto e Marketing de Comerciais Leves da Volkswagen do Brasil.

No contexto do modelo, a Kombi também “informa” que realizará um encontro com todos os “parentes” na fábrica da Volkswagen, em uma exposição. Ela também vai deixar para amigos e fãs um livro digital gratuito com histórias reais que recebeu no site.

No 15º e último item da lista de desejos, ela faz um pedido: voltar para casa. O desejo será realizado e todos acompanharão seu caminho de volta ao lar no filme e que estreará em janeiro de 2014.

Kombi Last Edition

Para celebrar a história do veículo, a Volkswagen lançou a série especial Last Edition da Kombi. Com produção limitada a 1.200 unidades, a edição especial tem preço sugerido de R$ 85 mil. A edição traz itens exclusivos como pintura tipo “saia e blusa”, acabamento interno de luxo e elementos de design que remetem às inúmeras versões do veículo fabricadas no País desde 1957. As unidades são numeradas e têm placa de identificação.

A pintura da Kombi Last Edition é azul, com teto, colunas e para-choques brancos. Uma faixa decorativa, também branca, circunda todo o veículo logo abaixo da linha de cintura. As rodas e as calotas são pintadas de branco. A grade dianteira superior é também pintada na cor azul da carroceria, assim como as molduras das setas e aros dos faróis.

Os pneus com faixa branca dão um toque a mais de requinte e nostalgia ao modelo. Os vidros são escurecidos e o vigia traseiro tem desembaçador elétrico. As setas dianteiras têm lentes de cristal branco. Nas laterais também se destacam os adesivos que identificam a série especial “56 anos – Kombi Last Edition”.

Meio século de história

A Kombi foi idealizada pelo holandês Ben Pon na década de 40, que pretendia incluir o confiável conjunto mecânico do Fusca em um veículo leve de carga. A produção do modelo começou na Alemanha em 1950. O destaque era a carroceria monobloco, a suspensão reforçada e o motor traseiro, refrigerado a ar, de 25 cv.

Em 1957 foram fabricadas as primeiras unidades no Brasil. Com um índice de nacionalização de 50%, a Kombi tinha motor de 1.200 cm³ de cilindrada. Menos de quatro anos mais tarde chegou ao mercado o modelo de seis portas, nas versões luxo e standard, com transmissão sincronizada e índice de nacionalização de 95%. A versão pick-up surge em 1967, já com motor de 1.500 cm³ e sistema elétrico de 12 volts.

A trajetória internacional da Kombi brasileira se inicia com a história das exportações da Volkswagen do Brasil nos anos 70 para mais de 100 países. Os principais mercados externos da Kombi foram Argélia, Argentina, Chile, Peru, México, Nigéria, Venezuela e Uruguai.

No Brasil, em 1975, com uma reestilização, a Kombi passa a ser equipada com o motor 1.6l e, três anos mais tarde, o modelo ganha dupla carburação. O motor diesel 1.6l, refrigerado a água, surgiu em 1981, mesmo ano do lançamento das versões furgão e pick-up com cabine dupla. No ano seguinte surge o modelo a etanol e, em 1983, a Kombi apresenta painel e volante novos, além da alavanca do freio de mão, que sai do assoalho e passa para debaixo do painel.

As versões a diesel e cabine dupla incorporaram novidades e itens de conforto como cintos de segurança de três pontos, bancos dianteiros com encosto de cabeça, temporizador para o limpador do para-brisa, entre outros. Em 1992, a Kombi ganhou conversores catalíticos de três vias, sistema servo-freio, incluindo discos na frente e válvulas moduladoras de pressão para as rodas traseiras.

Uma versão mais moderna chegou em 1997 com o nome de Kombi Carat, apresentando novas soluções, como teto mais alto, porta lateral corrediça e a ausência da parede divisória atrás do banco dianteiro. As mudanças foram realizadas sem abrir mão da versatilidade e da economia exigidas por seus fiéis consumidores.

No final de 2005, a Kombi passou a ser equipada com o motor 1.4 Total Flex (arrefecido a água), até 34% mais potente e cerca de 30% mais econômico do que o antecessor refrigerado a ar. Desde janeiro de 2006 até julho de 2012, o utilitário teve mais de 170 mil unidades produzidas. Com o novo motor, a Kombi desenvolve potência de 78 cv quando abastecido com gasolina e 80 cv, com etanol.