Sesc Rio Preto realiza o projeto Agosto Indígena

Encantos da contação de histórias indígenas

A programação segue até 18 de agosto e conta com espetáculo, oficinas, contação de histórias, sarau e bate-papo

Em agosto, o Sesc SP realiza o projeto “Agosto Indígena: Brasil Terra Indígena”, com propósito de valorizar a presença indígena no país, uma série de ações que marcam o Dia Internacional dos Povos Indígenas.

Instituída pela ONU em 9 de agosto, a data tem o objetivo de valorizar e difundir a diversidade cultural desses povos no Brasil. Em Rio Preto, a programação segue de 3 a 18 do mês e conta com espetáculo, oficinas, contação de histórias, sarau e bate-papo. A programação é livre para todas as idades.

Durante o mês de agosto, Sesc Rio Preto realiza atividades que suscitam espaços de protagonismo para indígenas – provenientes tanto de aldeias, comunidades e Terras Indígenas, quanto de contextos urbanos.

A programação tem início no dia 3, quinta, a partir das 15h30, com a oficina Saberes Ancestrais, conduzida pela escritora negra e indígena Amanda Simpatia e a jornalista indígena Vanessa Guarani.

Ainda, no mesmo dia, o bate-papo Literatura da Mulher Indígena no Século XXI e Suas Poéticas de Resistência propõe a troca de experiências de pessoas e coletivos. Participam da atividade Eva Potiguara, Lucia Tucuju, Nôra Pimentel e Vanessa Ratton Guarani, escritoras e membras do coletivo Mulherio das Letras Indígenas.

Na sequência, dia 4, sexta, o Sarau do Mulherio das Letras Indígenas retoma o palco do Sesc Rio Preto em um espetáculo poético e musical intercultural, às 20h, na Comedoria.

No sábado, dia 5, a artista visual e escritora indígena Ana Kariri conduz a oficina Pintura com Pigmentos Naturais, às 10h e a partir das 14h a artesã e escritora indígena Luana Guarani ministra a oficina Biojoias: Brincos Indígenas.

Oficina de Luana Guarani ensina a fazer brincos indígenas

Ainda no sábado, o público pode participar da contação de histórias indígenas com as escritoras Lúcia Morais Tucuju e Eva Potiguara.

A programação da semana encerra com a oficina de Mediação de Leitura: Aprendendo a Contar Histórias Indígenas conduzida pela escritora e atriz Lúcia Morais Tucuju, no domingo, 6, às 10h30.

Agosto Indígena

A segunda semana do projeto Agosto Indígena é marcado pelo espetáculo Karaiba com Danilo Canindé, Jéssica Meireles, Yumo Apurinã e Ludimila D’Angelis.

No palco, o grupo faz um convite à imaginação de uma terra de 522 anos atras, antes das caravelas europeias aportarem na praia.

A peça é baseada na obra literária de Daniel Munduruku “O Karaíba: uma história pré-Brasil”. A apresentação acontece no sábado, dia 12, às 20h e os ingressos estão disponíveis para venda a partir de R$ 9,00.

A programação encerra com o bate-papo “Contos da Floresta”, no qual o escritor, ilustrador, professor e artista plástico indígena nascido no Amazonas, Yaguarê Yamã, compartilha seu processo criativo, sua formação e vida na aldeia. A atividade acontece dia 19, sábado, às 11h.

Toda a programação é gratuita, com exceção do espetáculo Karaíba que tem venda de ingressos.

Os valores variam entre R$ 9,00 e R$ 30,00 e os mesmos podem ser adquiridos no App Credencial Sesc SP, no site sescsp.org.br/riopreto ou presencialmente nas unidades do Sesc SP.

Dia Internacional dos Povos Indígenas

Criada por decreto da ONU em 1995, a data é resultado da atuação de representantes de povos indígenas de diversos locais do globo terrestre, com o objetivo de criar condições para a interrupção dos ataques sofridos por esta população em seus territórios, lhes garantindo condições de existência minimamente dignas e com o objetivo de garantir a esses povos, no mundo, a autodeterminação, evitando que sejam forçados a tomar qualquer atitude contra sua vontade.

De acordo com o último Censo finalizado pelo IBGE, do ano de 2010, há 305 etnias indígenas no Brasil, falantes de 274 línguas, somando uma população de cerca de 900 mil pessoas.

Dados preliminares do Censo de 2022, divulgados em abril do presente ano, apontam a existência de 1,653 milhão de indígenas no país.

Tal aumento expressivo decorre não somente do crescimento demográfico dessa população, mas, sobretudo, das melhorias no método de recenciamento do IBGE – que fez um grande esforço em chegar até comunidades indígenas mais isoladas e trabalhar de forma dialógica com lideranças indígenas – e do modo como a autodeclaração das pessoas indígenas é vista no Brasil.

SERVIÇO

Sarau do Mulherio das Letras Indígenas

Com Amanda Simpatia, Ana Kariri, Eva Potiguara, Ju Cassou Aruã e Vanessa Ratton Mbay

Dia 4/8, sexta, das 20h às 21h30. Grátis. Comedoria. Livre

Espetáculo poético e musical intercultural apresentado pelo elenco de poetas performistas Amanda Simpatia, Ana Kariri, Aldenora Pimentel, Eva Potiguara, Vanessa Ratton Guarani e a musicista Ju Cassou Aruã do Mulherio das Letras Indígenas.


Oficina – Pintura com Pigmentos Naturais

Com artista visual e escritora indígena Ana Kariri

Dia 5/8, sábado, das 10h às 12h. Retirada de ingressos no local com 30 minutos de antecedência. Vagas limitadas. Grátis. Espaço Oficina 1. Livre.

Oficina de pintura indígena minimalista, pela artista plástica Ana Kariri, que traz a rica experiência do seu povo e pesquisa de pigmentos naturais extraídos da natureza nos territórios das suas andanças.

Ana Kariri é doutora Honoris Causa pela FACETEN (Faculdade de ciências, educação e tecnologia do Norte do Brasil), OCAA (Ordem dos Capelães afro e ameríndios do Brasil) e FACTEFERJ (Faculdade de Teologia e filosofia do Estado do RJ). Especializada em emendas parlamentares e projetos especiais. Liderança da Etnia Kariri da Paraíba. Artista visual indígena, escritora. Membro da Academia de letras ALEGRO/MG. Idealizadora e presidente do Coletivo Nacional Tuxaua, e de de saberes indígenas e cultura popular. Membro do Conselho de Cultura de Duque de Caxias/RJ e articuladora Nacional do Mulherio das Letras Indígenas.


Oficina de Biojoias: Brincos Indígenas

Com artesã e escritora indígena Luana Guarani

Dia 5/8, sábado, das 14h às 16h. Retirada de ingressos no local com 30 minutos de antecedência. Vagas limitadas. Grátis. Espaço de Tecnologias e Artes. Livre

Oficina de produção de brincos indígenas sob a mediação da artesã Luana Guarani, partindo do uso de elementos da biodiversidade como penas naturais de aves.

Luana Guarani (Cunhã Pará Potÿ): enfermeira, assistente social com pós em saúde pública. Escritora, compositora, artesã. Membra do Mulherio das Letras, RENIU, Rede Nacional de Articulação dos Indígenas no Contexto Urbano e Migrantes Motirô Bamidelê, OCCA, Organização de Cultura e Comunicação Alternativa. ASSINDAR. Associação Indígena de Araçatuba e Região.


Contação de história

Encantos da Contação de Histórias Indígenas

Com as escritoras Lúcia Morais Tucuju e Eva Potiguara

Dia 5/8, sábado, das 16h às 17h. Retirada de ingressos no local com 30 minutos de antecedência. Vagas limitadas. Grátis. Espaço de Tecnologias e Artes. Livre

Narrativas de cosmovisões indígenas que expressam a diversidade mitológica e epistemológica das diferentes percepções e saberes dos povos originários nas suas múltiplas relações sagradas, sociais e culturais com a vida, a Terra e os seus sentidos e significados ontem e hoje.

Lucia Morais Tucuju: especialista em Literatura Infantil e Juvenil, professora de Literatura Indígena, mediadora de leitura, narradora de Histórias, Membro do Mulherio das Letras Indígenas, atriz, escritora. Origem Indígena do povo Galibi Marworo, do Amapá.

Eva Potiguara, é mulher indígena, escritora e contadora de histórias. Graduada em Artes visuais, tem Mestrado e Doutorado em Educação pela UFRN. Professora pesquisadora do IFESPSEEC, atuando nos cursos de Pedagogia e Letras. Produtora cultural da EP PRODUÇÕES, tem livros solos publicados, é membro de vários órgãos de Literatura no Brasil e em Portugal. É uma das Articuladoras nacionais do Mulherio das Letras Indígenas do e Doutorado em Educação pela UFRN. Professora pesquisadora do IFESP-SEEC, atuando nos cursos de Pedagogia e Letras. Produtora cultural, tem livros solos publicados, é membro de vários órgãos de Literatura no Brasil e em Portugal. É uma das Articuladoras nacionais do Mulherio das Letras Indígenas.


Oficina de Mediação de Leitura: Aprendendo a Contar Histórias Indígenas

Com a escritora e atriz Lúcia Morais Tucuju

Dia 6/8, domingo, das 10h30 às 12h30. Retirada de ingressos no local com 30 minutos de antecedência. Vagas limitadas. Grátis. Espaço de Tecnologias e Artes. Livre

Mergulhe pelo universo indígena através da contação de histórias e da literatura de maneira poética. Durante a oficina, ministrada por Lúcia M. Tucuju, o participante aprenderá o porquê contar histórias indígenas, como fazer uma mediação de leitura para diferentes faixas etárias, como organizar e ambientar o espaço de mediação dentro da temática indígena.

Lucia Morais Tucuju: especialista em Literatura Infantil e Juvenil, professora de Literatura Indígena, mediadora de leitura, narradora de Histórias, Membro do Mulherio das Letras Indígenas, atriz, escritora. Origem Indígena do povo Galibi Marworo, do Amapá.


Bate-papo – Contos da Floresta

Com Yaguarê Yamã, escritor, ilustrador, professor e artista plástico indígena nascido no Amazonas

Dia 19/8, sábado, das 11h às 12h. Grátis. Teatro

Neste encontro com o escritor e ilustrador Yaguarê Yamã, o público poderá conhecer seu processo criativo, um pouco de sua formação e sua vida na aldeia além de algumas histórias do seu último livro “Contos da floresta”.


Espetáculo – Karaiba

Com Danilo Canindé, Jéssica Meireles, Yumo Apurinã e Ludimila D’Angelis

Dia 12/8, sábado, das 20h às 21h

Teatro. Livre.

Ingressos

R$ 30,00 (inteira)

R$ 15,00 (meia entrada)

R$ 9,00 (credencial plena)

Neste espetáculo, o convite é para imaginarmos essas terras 522 anos antes de tantas caravelas. Imaginar os povos Tupinikin, Turyaçu e Anhangás que aqui viviam e vivem, seus conflitos e seu modos de ver o mundo. Imaginar o Karaíba percorrendo pelos caminhos de Pindoretá junto de Perna Solta, Maraí, Potyra e Periatã, personagens dessa nossa odisséia sonora teatral.

O espetáculo é baseado na obra literária de Daniel Munduruku, “O Karaíba: uma história pré-Brasil”. A história mescla mitologia indígena e aventura, com o intuito de repensar algumas lacunas na pré-história brasileira, elucidando que o encontro com os europeus é parte da história, não o início dela. O enredo é um exercício de imaginação sobre como seria os povos e a vida nestas terras antes da chegada dos portugueses – a história termina com os indígenas avistando as caravelas.