Um papo reto sobre trânsito

Clássico desenho da Dysney em que um equilibrado Pateta vira um monstro no trânsito

O trânsito brasileiro é o mais violento da América do Sul. Um dos que mais mata e fere no mundo. São 23,4 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes. O dado é da OMS (Organização Mundial de Saúde).

De 2001 a 2012 a frota nacional de veículos automotores saltou de 24,5 milhões para 79,5 milhões. No mesmo período, 453.779 pessoas perderam suas vidas nas cada vez mais entupidas ruas, avenidas e rodovias.

Diante do dado recentemente divulgado pela OMS e também do último estudo do ONSV (Observatório Nacional de Segurança Viária), tornado público no primeiro semestre de 2015, o site hi-mundim.com.br, especializado em apresentar dicas de passeio, agora convoca você pra um papo reto.

Temos de deixar o trânsito mais seguro

Chega de matar e morrer a bordo de uma traquitana criada com a função de expandir seu direito de ir e vir. Chega de encarar esses números com a mesma frieza de um repórter de TV em um link ao vivo no fim de um feriadão qualquer.

Chega dessa propagada papagaiada de indústrias da multa e rodovias da morte.

Entre os 10 países mais populosos do mundo a OMS destaca o Brasil como aquele que mais aplica leis de controle de risco. Por isso passou da hora do motorista assumir a responsabilidade sobre esse caos. O trânsito é uma atividade coletiva e só com a extrema prudência de todos será possível ver a indústria das multas fechar suas portas e as rodovias deixarem a deprimente alcunha no passado.

Quer correr? Vá pro autódromo

Parafraseando o jornalista Celso Miranda, do Projeto Você Merece: “Amantes da velocidade devem procurar ambientes de competição, ou seja, autódromos”. Celso roda por cidades do Brasil premiando com um capacete zero bala gente que respeita as leis de trânsito em cima de suas motocicletas.

Quem segue à risca essa parada de respeito às leis do trânsito sem abrir mão da paixão pela velocidade é o piloto paulista Ivo Zangirolami. Natural da estância turística de Olímpia, ele divide seu tempo entre o “taca-le pau” da categoria multimarcas nos autódromos e o projeto Direção Para a Vida.

Uma de suas ações para despertar a consciência para um trânsito seguro é percorrer algumas das consideradas mais perigosas rodovias do país, flagrando atos de imperícia e imprudência que ilustram dicas de direção defensiva.

Números do Seguro DPVAT (Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre) mostram não faltar material para Ivo. Mais de 95% dos desastres viários são resultado de irresponsabilidade e imperícia. “Infelizmente sobram flagrantes de direção perigosa”, diz o piloto.

Este slideshow necessita de JavaScript.

Estamos em guerra

Pare de gabar-se por morar em um país sem guerras. Ao pegar seu veículo automotor sem responsabilidade o motorista passa a fazer parte de um exército de assassinos em potencial. Um grupamento letal que entre 2001 e 2012 fez mais de 1 milhão de vítimas entre mortos e feridos graves.

Das quase meio milhão de mortes no trânsito registradas ao longo dos 12 anos de estudo do ONSV, 40% foram de motociclistas.

Em 2001, os veículos de duas rodas representavam 14,2% do total de automotores nas ruas brasileiras. Ao final de 2012 o índice havia saltado para 26,2%. Atualmente são mais de 20 milhões de unidades circulando em terreno tupiniquim.

Para se ter ideia do crescimento vertiginoso dos veículos duas rodas, enquanto o número de carros cresceu 104,5% entre 2001 e 2012, o de motocicletas registrou aumento de 339,5% no mesmo período.

Mas andar de motocicleta pelas ruas e rodovias do Brasil é fazer parte da linha de frente desse exército em guerra. É lá onde sempre ocorrem as primeiras baixas de qualquer batalha.

No entanto, a paixão de alguns pelas duas rodas e a necessidade de muitos outros – em especial daqueles que não suportam depender do ineficaz e desconfortável sistema de transporte público – superam qualquer receio de alistar-se neste exposto grupamento.

A motocicleta surgiu como ótima alternativa para melhorar a mobilidade urbana. Na faixa ocupada por um carro em movimento, quatro motocicletas transitam folgadamente. Mas a guerra no trânsito que ridiculamente mata mais gente por aqui do que outras guerras armadas por aí, ainda afasta muita gente da opção por um veículo duas rodas.

Para se ter ideia do explosivo cenário, em São José do Rio Preto-SP, terra onde está instalado o hi-mundim.com.br, números da Apatru (Associação Preventiva de Acidentes de Trânsito Urbano) indicam que 70% dos acidentes envolvem motociclistas.

Diante disso tudo, concorda que já passou da hora de priorizarmos a prudência?

Este slideshow necessita de JavaScript.

Agilidade e economia

Fundamental para levar cada vez mais brasileiros a optar pela motocicleta é o fato de o condutor ganhar agilidade e, de quebra, economizar combustível.

Numa viagem entre Campinas e Ribeirão Preto, a bordo de uma Honda CB Twister, de 250 cc, e de um Honda Civic 2.0, a agência Infomotos, de notícias automotivas, quantificou as vantagens da motocicleta sobre o carro.

“Fomos pela Via Anhaguera. De carro gastamos R$ 38,40 de pedágio. Já a moto tem isenção. De carro perdemos vários minutos na fila do pedágio. Motociclista passa reto. Basta reduzir a velocidade a 30km/h”, diz o jornalista Cícero Lima. “Em Ribeirão Preto fomos abastecer. Com o carro foi desembolsado R$ 53 de etanol. Com a moto, o gasto foi de R$ 25,33 de gasolina”, completa o também jornalista Aldo Tizzani.

Este slideshow necessita de JavaScript.

Pela paz

Em busca dessa tão necessária harmonia no trânsito, hi-mundim.com.br lança no dia 9 de dezembro uma série de vídeos com dicas que visam minimizar os riscos a que infelizmente ainda estamos expostos ao encarar nossas vias terrestres.

Quem está junto com a gente nessa importante missão é Emerson Aro, mecânico autorizado Bosch em São José do Rio Preto-SP. “O trabalho do mecânico interfere diretamente na vida das pessoas. Veículos em más-condições, mesmo conduzido por motoristas prudentes, tornam-se armas de alta periculosidade”, diz o parceiro.

Este slideshow necessita de JavaScript.

Pioneirismo

No final da década de 1970, alguns anos após a chegada das primeiras unidades importadas do Japão e da instalação de sua primeira fábrica no Brasil, a Moto Honda deu início a projetos de treinamento para encarar o trânsito a bordo de uma motocicleta.

No final de novembro deste ano, a convite da montadora que é disparada a maior vendedora de motocicletas do Brasil, hi-mundim.com.br foi conhecer o CETH (Centro de Educação do Trânsito Honda) de Indaiatuba-SP.

Fundado em 1998, o CETH abriga aquela que é considerada a melhor pista de treinamento para habilitação do Brasil. Tem curso pra iniciante e até pra quem precisa ser ousado.

É de lá que integrantes do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e da Rocam (Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas) da Polícia Militar de São Paulo saem preparados para prestar com agilidade e segurança os seus importantes serviços à sociedade.

E com esses números sobre o trânsito mostrados acima dá pra sacar que o que não falta é ocorrência pra essa galera atender.

Este slideshow necessita de JavaScript.

País do futuro

E pra que essa turma do SAMU e de outros responsáveis por atender a esse mar de ocorrências graves no trânsito sejam bem, bem, bem menos exigida no futuro, a Moto Honda desenvolve uma atividade direcionada exclusivamente para a garotada.

O Clubinho Honda foi criado em 2013 em Indaiatuba. No espaço crianças começam a ter as primeiras lições sobre harmonia no trânsito. Depois de devidamente orientada pelo guarda Haroldo e seu companheiro de missão, Zig, a garotada testa o ensinamento na prática a bordo de minimotos elétricas.

Este slideshow necessita de JavaScript.

Expansão

Ciente da necessidade de expandir esse trabalho de conscientização, a montadora inaugurou em 2006 o CETH de Recife-PE e em 2013 o de Manaus-AM.

Além disso, a Honda conta também com um caminhão que roda diversas cidades do país disseminando a importância de garantirmos segurança ao mais nobre dos nossos direitos, o de ir e vir.