Mercedes-Benz 300 SL Coupé foi apresentado em 1954 e a primeira coisa que mais chamou atenção no superesportivo foi o sistema de abertura das portas em forma de asa de gaivota
O Mercedes-Benz 300 SL Coupé completa 70 anos em 2024. O superesportivo foi apresentado na abertura do Salão Internacional de Automóveis de Nova Iorque (EUA), em 6 de fevereiro de 1954. A primeira característica que chamou a atenção do público foi a abertura das portas em forma de asa de gaivota, algo único até então em um veículo de produção em série.
O veículo da alemã Mercedes-Benz foi apresentado ao público 18 anos depois do lançamento do Bugatti Type 57S/SC Atlantic Coupé, reconhecidamente o primeiro superesportivo da história dos automóveis de passeio. O carro francês chegou ao mercado em 1936, equipado com motor de 8 cilindros em linha, atingindo a velocidade máxima de 200 quilômetros por hora.
Mercedes-Benz 300 SL Coupé
O design exterior do Mercedes-Benz 300 SL Coupé remetia ao modelo competição de 1952, de mesmo nome e que marcou o retorno triunfante da marca ao automobilismo internacional. As vitórias obtidas nas tradicionais corridas de Mille Miglia, Le Mans, Carrera Panamericana estão presentes no DNA dos modelos de produção em série a partir de 1954.
O Mercedes-Benz 300 SL Coupé chegou ao mercado em 1954 com motor de 6 cilindros em linha e capacidade de atingir a velocidade máxima de 250 quilômetros por hora. O modelo foi produzido até 1957, ano em que a marca apresentou seu sucessor, o Mercedes-Benz 300 SL Roadster, variante conversível com abertura convencional de portas.
Portas asas de gaivota
As portas de abertura para cima do Mercedes-Benz 300 SL Coupé foram inspiradas a partir da versão de competições (W194). O superesportivo, inclusive, recebeu seu próprio número de série do modelo: W198. As portas em forma de asa de gaivota exigiram soluções específicas de design e construção. As molas montadas no topo eram discretas, mas essenciais.
As molas facilitavam a abertura das portas e as mantinham abertas, um recurso de conforto importante para a versão de rua. As janelas do Mercedes-Benz 300 SL Coupé eram removíveis e podiam ser transportadas no porta-malas. Uma alavanca liberava o mecanismo de retenção. O modelo também contava com janelas quebra-vento para auxiliar na ventilação.
Design do volante
O design do volante Mercedes-Benz 300 SL Coupé também foi em consequência das portas de asa de gaivota. A direção podia ser girada para baixo para permitir um acesso mais fácil para as pernas ao compartimento para os pés. O volante era liberado e travado por meio de uma trava pequena no cubo. Mesmo assim, entrar no superesportivo não era tarefa simples.
Essa característica só mudou com a chegada do sucessor. A variante conversível do modelo teve a estrutura modificada e rebaixada nos pontos de entrada para poder comportar portas com abertura convencional. Foram vendidas 1.400 mil unidades do Mercedes-Benz 300 SL Coupé entre 1954 e 1957 e 1.853 unidades da versão Roadster entre 1957 e 1963.
Maçaneta externa
As maçanetas externas das portas do carro superesportivo da Mercedes-Benz também chamaram a atenção do público na época do lançamento, em 1954, e ainda impressionam mesmo depois de 70 anos. Com uma leve pressão a alça se dobra para fora. Depois, com um leve puxão, a porta se abre de uma maneira aerodinamicamente eficaz e elegante.
Os modelos atuais da Mercedes-Benz revisitaram esse princípio visto pela primeira vez há 70 anos, no entanto de forma bem mais evoluída tecnologicamente. As maçanetas de porta são embutidas. Se estendem automaticamente quando a chave do veículo está nas proximidades e se retraem novamente assim que o carro é travado ou sai para rodar.
Motor inovador
O Mercedes-Benz 300 SL Coupé tinha distribuição de peso considerada como quase ideal por especialistas e um inovador motor de seis cilindros, características que ajudaram a classificar o modelo como um genuíno carro superesportivo. Foi o primeiro automóvel de produção em série do mundo a apresentar motor de injeção direta de quatro tempos.
A formação considerada inovadora para época aumentou em cerca de 25% a potência do motor do coupé. Saltou dos 170 hp do modelo de competição para 215 hp. Isso permitiu ao superesportivo da Mercedes-Benz atingir a velocidade máxima de 250 quilômetros por hora, desempenho absolutamente extraordinário na metade da década de 1950.
