Espetáculo “Ou 9 ou 80” mostra a vida de dançarinos da periferia do RJ e SP

Espetáculo de dança "Ou 9 ou 80", no Sesc Rio Preto (Divulgação)

Espetáculo de dança traz aos palcos o funk e o passinho tem como fio condutor as 9 mortes em Paraisópolis, SP, e os 80 tiros no carro de uma família em Guadalupe, RJ

Nesta sexta, dia 23, às 20h, o Sesc Rio Preto recebe o espetáculo “Ou 9 ou 80” da Clarin Cia. de Dança. Enquanto celebra a cultura do funk e o passinho, a obra traça um paralelo entre as vidas dos dançarinos das periferias através de dois acontecimentos: as 9 mortes em Paraisópolis – SP, ocorridas durante uma ação da Polícia Militar em dezembro de 2019 e os 80 tiros disparados por militares no Rio de Janeiro contra o músico Evaldo Rosa, em abril do mesmo ano. A apresentação tem entrada gratuita.

O espetáculo, que estreou em 2020, uma semana antes da pandemia, traz a realidade dos trágicos acontecimentos de 2019, juntamente com outras histórias dos integrantes do grupo.

Utilizando se das letras do funk como narrativa, o espetáculo mostra também as modificações dos movimentos do funk ao passinho, buscando entender onde ocorreram essas mudanças, tanto na dança quanto na música.

A obra apresenta as dificuldades da vida de muitos jovens periféricos, passando pelo preconceito, racismo, homofobia, gordofobia e desigualdade social.

Mostra que, mesmo com todas essas dificuldades, eles encontram nesses acontecimentos, lugares de inspiração e motivação para seguir na luta diária de viver, e viver da arte e da dança.

Cia. Clarin e espetáculo “Ou 9 ou 80”

A Clarin Cia. de Dança une artistas de origens e experiências diferenciadas, como capoeira, breaking, ballet, passinho phoda, funk e danças brasileiras. Todas aglutinadas ao redor da ideia de experimentação em dança e cultura. Com isso, desenvolve pesquisa em torno da dança popular contemporânea.

Dirigido por Kelson Barros, o grupo iniciou sua trajetória em 2009, na universidade, no curso de dança, com o objetivo de realizar pesquisas e apresentações das mitologias dos orixás.

Em 2013, o núcleo sofreu algumas alterações, dando início ao que vem a ser a identidade da companhia – as manifestações populares do Brasil.

Foi em 2017 que o projeto “Cebola – cascas de um todo”, foi selecionado para fazer uma circulação.

O trabalho “ou 9 ou 80” estreou em 2020. No mesmo ano, o espetáculo “Da Cor De Cobre”, foi aprovado na 30° Edição do Fomento à Dança de São Paulo.

De acordo com o diretor Kelson Barros, “ou 9 ou 80″ traz a necessidade do desenvolvimento humano em busca da felicidade, que é contada através das letras do funk e dos corpos dos dançarinos.

“É um espetáculo que busca reverberar a dança urbana no coração de cada um e, mesmo com todas as dificuldades, celebrar a beleza da vida”, diz.

Espetáculo de dança

Utilizando-se das letras do funk para narrar a história, o espetáculo também apresenta as modificações dos movimentos do funk ao passinho, buscando entender onde ocorreram essas mudanças, tanto na dança quanto na música.

Dia 23, sexta, das 20h às 21h, no Sesc Rio Preto
Local: Deck do Parque Aquático da Piscina

Ingressos: Entrada Gratuita