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O que você precisa saber antes de subir Wayna Picchu

Minha apreensão começou logo no planejamento da viagem, no início de 2012. Sempre foi um sonho visitar Machu Picchu, no Peru. Essa aura misteriosa que envolve o lugar sempre me fascinou. Como a gente não ia ter tempo para fazer o Caminho Inca, decidimos, então, subir a famosa montanha que aparece em todas as fotos de Machu Picchu: a Wayna Picchu (ou Huayna Picchu).

A entrada para Wayna Picchu

Nossa viagem ia durar oito dias e foi feita em novembro, início da estação chuvosa (estava tensa por isso). Decidimos ficar em Cusco, no Amaru Hostal, em San Blas, o bairro dos artistas e das dezenas de barraquinhas e lojas de artesanatos e prata (pra mulherada surtar!).  O nosso hostal ficava em uma rua íngreme, mas super tranquila e bem localizada.

Tiramos dois dias da viagem para conhecer Machu Picchu e Águas Calientes. Ah! Os ingressos para Machu Picchu e Wayna Picchu foram comprados ainda aqui no Brasil, com a ajuda do pessoal do hotel. Se estiver pensando em ir, faça isso. Assim, você chega lá com tudo ok.

Lá, logo no primeiro dia fomos comprar as passagens do Inca Rail (também podem ser adquiridas via Inca Rail). É tudo bem fácil de se fazer, já a esses serviços ficam todos ali na Plaza de Armas, bem na área central de Cusco.

O trem para Machu Picchu parte de Ollantaytambo, e por isso nós tivemos de pegar um taxi de Cusco até lá. A viagem de trem é tranquila, com lindíssimas paisagens e dura cerca de três horas. O serviço de bordo é muito bom (saladinha de quinoa, Inka Cola, batatas, queijo), assim como a estrutura do trem.

Lanchinho servido no trem…

Prepare as câmeras, pois o visual é de arrasar.

Chegamos em Águas Calientes. Logo no desembarque do trem já é possível avistar uma grande feira de artesanato. A cidadezinha é bem simples, mas oferece boas opções de hospedagem e alimentação.

Reservamo, ainda no Brasil, nosso quarto em um bed & breakfast, o Terrazas Del Inca. Suíte para casal (com banheiro e água quente), com uma vista bem legal, TV LCD, café da manhã para casal e chá grátis, por 60 dólares a diária.

Ah! Uma dia importante: nada de levar muita bagagem, pois em Águas Calientes não circulam carros ou ônibus. Tudo é feito a pé, pois a cidade é bem pequena. Por isso, leve uma mala pequena e fácil de carregar.

Chegou o dia de subir Wayna Picchu

No dia seguinte, partimos para Machu Picchu. Uma dica muuuito importante: leve muita água, repelente, filtro solar e coisas para comer – barrinhas de cereal, frutas, lanches – e o seu saquinho de lixo (claro!). Depois de dar o tíquete para entrar em Machu Picchu não há bares, restaurantes ou banheiros. Somente fora do parque e são bem caros.

Ao chegarmos em Machu Picchu, seguimos para a entrada de Wayna Picchu, pois a nossa subida estava marcada para às 7 horas e o número de visitantes é limitado. O governo peruano limita a visita a 400 pessoas por dia, sendo 200 em cada horário (Grupo 1: às 7, com tolerância até às 8 horas e Grupo 2: às 10 com tolerância até às 11 horas). Se resolver ir, compre o ingresso com muita antecedência.

Wayna Picchu (em quíchua: “jovem montanha”) é a montanha icônica das fotos de Machu Picchu. O pico de Huayna Picchu esta por volta de 2.720 metros acima do nível do mar. De acordo com os guias do local, no topo da montanha vivia o sumo sacerdote.

A ansiedade é grande. E ela aumenta quando a fila começa a andar…Para subir, todos assinam um termo de responsabilidade, além de uma lista com o horário que você entrou. Só pode ficar lá em cima até 14 horas.

No início da subida, tudo ok. Como tenho problemas nos joelhos, procurei um médico antes e fiz muitos exercícios. No dia da subida, usei uma joelheira e levei um cajado. Isso mesmo. Na entrada para Machu Picchu fui barrada por conta do cajado, eles não queriam me deixar entrar com ele, pois poderia danificar o parque arqueológico. Expliquei meu problema e eles me liberaram com o cajado. Ainda bem!

Em muitos pontos a subida é íngreme e escorregadia. O Marcelo seguia na frente e eu ia ficando pra trás, tirando fotos e apreciando a vista. No caminho, muitos idosos e até crianças bem pequenas. E quem já subiu e já está descendo, incentiva quem está na subida, quase desanimando – “Não desista!”; “Está chegando!” – muitos falavam.

Algumas partes são escorregadias e protegidas por cabos de aço, o que ajuda MUITO. Em novembro, o tempo é úmido e há o risco de chuva. Durante a nossa subida, o tempo estava muito quente e bem nublado. Levei apenas uma garrafa de água. O problema é que além de beber, usava a água para me refrescar também (ô burrice!). Não faça isso!

Em alguns pontos da subida existem centenas de escadas. Haja fôlego. Uma coisa que me preocupou foi verificar que durante todo o trajeto não há nenhum funcionário do parque. E o risco de que alguém se machuque é grande. Mas nada de pensar no pior. O negócio é focar na subida!

Depois de 1h30 de subida, parada e, em alguns momentos, desânimo, conseguimos chegar ao topo! Lá em cima, a dificuldade continua. Para chegar ao cume é preciso passar por um último obstáculo: uma fenda entre diversas pedras.

Mas todo essa esforço vale a pena. O visual é de tirar o fôlego. É de emocionar. Ver Machu Picchu lá de cima, pequenina e mesmo assim, imponente, é demais. Ficamos algum tempo ali, sentados, admirando a vista.

No topo de Wayna Picchu

Chegou a hora da descida. O tempo começou a fechar e a chuva começou a cair. Logo no início, encaramos uma escadaria bem íngreme e escorregadia. O jeito foi descer sentada. Confesso que a descida exigiu muito mais do meu corpo do que a subida. Degraus altos, medo de escorregar e cair tornaram o trajeto tenso.

Mas no fim, já sem água e exaustos, tudo valeu a pena. Infelizmente, o fato de estarmos sem água encurtou o nosso passeio pelas ruínas de Machu Picchu. Subir Wayna Picchu me fez perceber que quando queremos algo de verdade, conseguimos. Olhando as fotos, penso: “Como eu passei por ali?” ou “Como tive coragem de descer isso?”. Já pensamos em voltar.

Anote aí

Quando ir: Prefira os meses mais secos, entre abril e outubro. Nós demos sorte, pois fomos em novembro e só pegamos chuva no último dia de viagem. Mas o melhor é não correr riscos, já que Machu Picchu pode fechar em caso de chuva.

O que levar: Água, muita água. Coisas leves para comer; repelente; boné ou chapéu; óculos de sol; filtro solar; luvas para ajudar na subida e descida da montanha; saquinho de lixo

O que vestir: Roupas leves, botas ou tênis que firmem bastante o pé e o tornozelo.

 

Michelle Monte Mor

Jornalista desde 1997. Além de escrever, também é mãe, empreendedora, freelancer, colunista na CBN Grandes Lagos, assessora de imprensa e o que mais vier!

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